quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sonhei Profundo

A verdade é que eu estou sentindo falta. Falta de qualquer coisa sua, de qualquer palavra, qualquer briga e qualquer conversa a toa. Falta de quando nos amávamos com todas as forças, essa mesma força que nos mantinha unidas, apesar dessa distância.
Lembra de quando você me fez chorar de tanto rir? Hoje eu não preciso rir para chorar, talvez seja saudade, talvez eu me dei conta de realmente te perdi. Seja qual for o motivo ou a razão, tá doendo. Você disse que não ia deixar ninguém me machucar, você disse que seria capaz de matar quem fizesse algo de ruim comigo, mas, se isso fosse verdade, você não estaria mais viva. Eu não te culpo, nos perdemos juntas, mas trilhamos caminhos diferentes, eu queria poder acreditar que no fim dessa trilha nos encontraríamos em uma só estrada, mas é como desejar chuva no deserto.

Eu havia esquecido o quão era bom ter você na minha cabeça, mas, nos últimos dias, você prevalece em todos os meus sonhos, e nós nos amamos como o dia em que nos conhecemos. Você lembra? Eu ainda acredito que vamos poder contar essa história para os nossos filhos, sentadas na varanda, quem sabe até para os nossos netos… Nós duas ali sentadas, velhas fisicamente, mas o calor dos nossos corações continuaria a nos aquecer.
Eu ainda acredito que um dia, iremos andar de mãos dadas, você roubará uma flor da casa vizinha e colocara no meu cabelo. Que você me leve até a sua casa, que me deite na sua cama e só me observe dormindo, quando estiver convencida que estou, apagará também, vou te surpreender e ficar encarando teus olhos, tua boca… Quando você acordasse, eu estaria lá, te olhando, a espera de um sorriso. Sem essa coisa de café na cama, nós faríamos amor ali mesmo, com o sol ajudando esquentar a cama. Quando estivéssemos exaustas, eu deitaria no teu peito, e quanto tu estivesse prestes a dormir, eu cantaria uma música leve no seu ouvido, faria você rir com a minha desafinação. Te beijaria, te beijaria profundamente até sentir vontade de tirar a roupa novamente.
Passaríamos o dia todo na praia, de roupa, deitadas na areia observando as estrelas e como elas combinavam perfeitamente com o barulho das ondas. Iríamos pegar no sono ali, e despertaríamos com o barulho dos pássaros avisando que havia amanhecido.
Poderíamos né? Poderíamos passar por tudo isso, só pra que no fim disso tudo, quando estivermos velhas, sentadas na varanda, disséssemos com orgulho “Valeu apena esperar”.

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